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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Aos 13 anos Mateus embalava mangas para ter o seu primeiro salário.



- Assim que começou a colheita da manga, minha rotina era  acordar 5 da manhã para fazer marmita, para o Vicente levar, era ele quem levava a peonada pra roça. Neste horário o Vando vinha trazer o leite, pois  já tinha ordenhado as vaquinhas do sítio, ele chegava sempre cantando, estava sempre feliz. (Ele e o Antônio João eram dois rapazes do tipo  "faz tudo" do meu cunhado Nivaldo). Logo  depois o padeiro Cido trazia os pães, ele vinha de bicicleta trazendo os pães numa cesta, não importava o tempo que estivesse fazendo, sol ou chuva, ele não falhava. Dá janela da cozinha dava pra sentir o cheiro do chiqueiro, um horror, mas com o tempo, acabaram com os porcos e graças à Deus, o mau cheiro acabou. Quanto as moscas  varejeiras enormes que haviam por lá, conseguimos nos livrar delas, porque o Vicente fez uma porta de telinha e colocou também nas janelas. De vez em quando eu encontrava uma perereca dentro de casa e um dia tropecei num sapo, eu quase morri do coração, morro de medo.
Infelizmente quando chegávamos no sítio haviam sempre pelo menos uns cinco sapos logo na entrada, os nossos filhos desciam do carro e iam tira-los de lá. Era sempre tenso pra mim, aquela situação. Na primeira ida do Lucas para a colheita de manga, ele foi pego de surpresa por meu cunhado que passou e chamou logo cedinho. Ele não sabia que iria, então saiu sem se proteger do sol, estava de bermuda e tênis, duas coisas que não combinam com roça, não levou marmita e passou fome, além de ser picado por marimbondos, conclusão, nunca mais ele voltou. Mateus passava as tardes  ajudando a embalar as mangas e colocava nas caixas. Assim ele ganhou o seu primeiro dinheiro, e comprou um tênis. Eles se reuniam num barracão abandonado, que tinha  na antiga estação do trem. Os piões viam tantas mangas, o dia todo, que eu não sei como não tinham pesadelo com isso.
- Lembro me de visitar aquele lugar quando fui pela primeira vez com o Vicente, ainda como sua namorada  e ele olhando para a linha do trem, dizer que gostaria de fazer um pôster de uma foto de nosso  futuro filho ali naquele lugar. Que nunca foi feito


- Algumas vezes os meninos foram nadar na represa do Sergio e levaram a Meg.




- O nosso  natal, foi em casa sozinhos e sem nenhum tostão no bolso, não tínhamos recebido ainda o dinheiro da venda de nossa casa e o Vicente não tinha tido pagamento algum por seus trabalhos. Nenhum de nos ganhou presente. Comemos uma pizza dessas de mercado que havíamos ganhado da Antonieta e fomos deitar.
- Quando tivemos em São Jose dos Campos, para resolver algumas questões, assim como também assinar os papeis na Caixa Econômica Federal da venda da nossa casa, pouco antes de ir embora, uma mulher se distraiu e bateu com o carro dela atrás do nosso. Tivemos que deixar o carro consertando e voltar de ônibus. Três meses depois fomos buscar, ele ficou lindo, porque aproveitamos para fazer a funilaria. O que valia mais nele era o som , era bem potente.
- Depois de assinar os documentos de venda da nossa casa na Caixa Econômica Federal, passamos a virada do ano na casa do primo Toni, com a família da preta mulher dele.


Preta de longo, com suas irmãs e seus pais.


- Assim que voltamos para o sítio, começaram as ofertas de pessoas querendo comprar nosso fusca. Ofereceram um bom dinheiro nele. Mas não estava a venda.


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