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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Muito contra gosto, fui morar num sítio no Bairro da Estação em Cosmorama no interior de SP.



-Aquela recepção foi para nos curar, de umas outras nem tão agradáveis, ali mesmo naquela casa, não vou detalhar aqui, mas tínhamos mágoas daquele lugar.
- Essa foto já foi no sítio, na Rua Santo Antônio n° 58 no Bairro da Estação onde fomos morar e ali




ficaríamos até comprar a nossa casa, uns vizinhos, a pedido de minha cunhada Antonieta,  alguns vizinhos, vieram ajudar a esvaziar o caminhão de mudança.  A casa  era bem simples, mas tinha dois quartos.
- Dia 1° de novembro de 1998 recebi  a visita da Bandeira do Divino. Eu nunca tinha passado por esta experiência antes, foi emocionante. Passei a bandeira pela casa toda, pedindo proteção, fiz  minhas orações, fiz meu pedido, fiz minha doação e a pessoa que trouxe a bandeira, foi embora.
- Uma das primeiras coisas que me convidaram pra fazer, foi  para ir rezar o terço nas casas. Era uma verdadeira aventura, atravessar os pastos à noite, no escuro, com medo de cobra, boi bravo e outras coisas, para poder chegar ao destino.
- Dona Sofia (minha vizinha no sítio e sogra da minha cunhada Antonieta) fazia queijos e então agora, sempre tínhamos queijo fresquinho em casa. Também no sitio tinham pés de acerola, que eu nunca tinha visto antes, pés de laranja, mexerica, limão, goiaba e jambo, que eu também não conhecia. Eu sempre ganhava alguma coisa de algum vizinho, abobrinha, mandioca, alface, etc.
- Durante a primeira missa, que nos fomos, na praça da matriz, no dia 15 de novembro, Padre Pedro da Silva, nos acolheu junto com toda a comunidade.
- Logo nos primeiros dias recebemos a visita da Adalnei Flores e seu esposo Osvaldo,


que vieram nos convidar para trabalhar num encontro do ECC. Topamos e dai por diante trabalhamos em vários. Não demorou muito , também, estávamos cantando  nas missas à convite da Jussara Maria Correa Gomes Mendonça, ( professora de música) que coordenava o coral.
- Nós e os nossos meninos compramos roupas de acordo com o costume da região, tentando nos enculturar, camisa xadrez, calça jees e botina. Mas não adiantou, só mesmo o Vicente, que já era desse lugar e tinha voltado as origens é que acabou usando as roupas. Quanto a mulherada da cidade, elas seguiam fielmente a moda das novelas da Rede Globo. Tudo que era lançado nas novelas, virava febre nas ruas de Cosmorama.
- Logo nossos filhos eram rotulados por pessoas da cidade como sendo "carçudo", porque gostavam de andar com as calças baixas. Maconheiros, porque tinham amizades com alguns  meninos considerados maconheiros, entre eles: Pedrinho  e  Elianderson.
- Haviam uns quinze meninos ameaçando pegar meus filhos de pau. Eles estavam incomodados com o sucesso deles com as meninas, afinal eles eram a "carne nova do pedaço". Umas das primeiras amizades que fizeram foi com o André e Bruno, filhos do casal Idevair e Linda que eram nossos vizinhos de sítio e que vieram um dia em casa para evangelizar. Eles também tinham vindo a pouco tempo de São Paulo.
 - Em frente a nossa casa, só haviam três casas, que eram  das famílias da: Roseli e João Cambau que tinham dois filhos: Gilson e Jubiana. Dona Maria e senhor Básilio e  Lúcia, esposo e duas filhas. A Lúcia se tornou minha manicure e através dela, foi que entrei para a Pastoral da Criança. Ela fazia a pesagem da criançada e a entrega da multimistura para o combate da desnutrição e anemia. Com a Lúcia eu participava de reuniões da Pastoral e cada vez mais me apaixonava pela pessoa da Dra Zilda Arns.

Receita da Multimistura

50 gr de casca de ovo fervida, torrada e triturada (opcional)
50 gr de semente de abóbora torrada ou semente de gergelim triturada
600 gr de farelo de arroz triturado e cozido (sem colocar água)
200 gr de farinha de milho ou fubá
100 gr de pó de folha de mandioca (aipim) torrada no forno baixo, triturada e peneirada (contém ferro e vit C)
Misturar tudo.
Pode ser guardada na geladeira por 4 meses.
Não deve ser cozida.

Criança pequena: comer 2 colheres de chá por dia misturada na comida ou sucos.
Adultos: 2 colheres de sopa

Atenção: A folha de mandioca brava é tóxica, NÃO USE.
Deve ser usada a folha de MANDIOCA DOCE (Macaxeira ou aipim), que é a mandioca comestível, e deve ser torrada no forno do fogão, em potência baixa.




Lucia minha manicure e amiga da Pastoral da criança.

- Assim que chegamos na cidade,  as primeiras reuniões de que participamos foi da Pastoral Social e , no mês abril, chegamos a ir para Rio Preto fazer cursos com o padre Jonas e


 

o bispo Don Orani, depois nos convidaram para fazer parte dos Vicentinos, chegamos a ir a algumas reuniões, mas não quisemos participar, porque achamos que eles são muito criteriosos para poder ajudar.
- O sítio ficava a 3 km da cidade, nossos filhos tinham ônibus da prefeitura gratuito para ir pra escola e qualquer pessoa podia pegar carona no ônibus escolar. O motorista Senhor Camarini era muito simpático. Eu ia muitas vezes a pé com a Meg, mas na volta pegava o ônibus.
- A escola estadual Álvaro Duarte de Almeida era a mesma escola em que o Vicente havia estudado e lá,




fomos muito bem recebidos pelo Ricardo e por Dona Iná a diretora, eles nos mostraram todas as melhorias realizadas nesses 22 anos, em que o Vicente esteve fora.   Por uma feliz conhecidência compramos uma casa na rua lateral da escola, numa das  ruas principais da cidade, Rua Rafael Sabadoto. Enquanto o dinheiro da venda da nossa casa, não saia, assinamos uma carta compromisso no valor de 13.700 para Cirilo Pinto Neto, para a compra da casa nova.
- Resolvemos que íamos pintar e fazer algumas melhorias antes de nos mudarmos. Era uma casa ampla, arejada, ensolarada e da vista de uma das janelas, atravessando a antiga estrada boiadeira, (que agora estava virando rua), dava para um sítio onde se via, uma lagoa, com uma arvore frondosa a margem, onde sempre debaixo de sua sombra, ficava uma égua marrom manchada de branco, juntamente com sua filhinha igualzinha, parecíamos estar olhando para um quadro.

Essa é uma foto de internet, mas a mãe e a filha se pareciam bem, com essas aí. 





- Mesmo tendo tido câncer de pele recentemente, Vicente foi concertar toda a extensão da cerca do sítio naquele solão de rachar. Era o que se tinha pra fazer de mais urgente, antes de começar a colheita da manga. Para alguém que estava acostumado a trabalhar em escritório no computador, com ar condicionado e tinha a mão fina, foi um contraste de realidades.
- Quando recebemos a visita da tia do Vicente, Dona Olga e  das primas dele: Cilinha e Cidinha, a Cilinha


disse, que a cachorrinha e os meus pés iriam encardir com o tempo, naquela terra vermelha do sítio. Pois eu digo pra vocês que, morei dois anos ali e três anos no total naquela cidade e nem eu , nem a Meg, ninguém encardiu. Porque eu não descuidei nem da Meg e muito menos dos meus pés. Embora em São Jose dos Campos, eu ficasse calçada de tênis para que os pés ficassem finos e macios e ali em Cosmorama por causa do calor, eu não conseguia  mais, não deixei de frequentar a manicure. Quanto a Meg, dava banho nela todo sábado e as vezes até um durante a semana, para refrescar.


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