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domingo, 20 de setembro de 2015

Nosso primeiro animalzinho, foi uma cadela vira-latas, chamada Úrsula.



- Quando deixei de trabalhar no consultório, decidimos que eu não ia trabalhar por hora. Com a aposentadoria do meu pai e da minha mãe,  mais o salário dele de off boy, daria para vivermos muito bem. Ele vendeu o carro e compramos tudo em comida. Passei somente a cuidar da casa, mantendo sempre tudo limpo, arrumado, lavava e passava as roupas, fazia comida. Deixava tudo brilhando, o chão, as panelas, etc. Nossa casa alugada, era bem simples, só três cômodos, sem forro, chão de vermelhão, só tinha um quarto. Um mês antes de me casar, minha mãe tinha passado por uma cirurgia para retirada de uma enorme pedra na bexiga e agora, ainda estava se recuperando. Ela morava com a gente e dormia na sala.
- Através de um amigo, fiquei sabendo que na escola  Otacilia Madureira, estavam precisando de professora, para dar aulas para o Mobral, era num bairro distante, a noite, mas mesmo assim eu fui.


 
- Logo arrumamos uma cadelinha, a principio o Vicente não gostou, por ser fêmea, mas logo se afeiçoou a ela. Era uma alegria poder tê-la conosco. Colocamos o nome dela de Úrsula.




Ela era amarela de olhos azuis, que foram ficando verdes e por fim cor de guaraná.
- Enquanto trabalhei fora, quando chegava em casa, notava que as roupas tinham sido lavadas, estavam no varal e as panelas brilhavam. Estava acreditando que minha mãe estava fazendo tudo aquilo, mas logo descobri, que eram as vizinhas. Ela pedia para uma lavar as roupas e para a outra lavar as panelas. O pior, dizia que se ela não fizesse eu ia brigar com ela. As vizinhas começaram a prestar atenção em mim e procurar ouvir brigas lá de casa, que não existiam. Um dia eu descobri por acaso isso tudo, quando subi num banquinho pra pegar o pozinho de pulgas que ficava guardado rente ao telhado na área de serviço. Quando vi nossas roupas penduradas no varal da vizinha do lado esquerdo. Fui até lá e chamei a vizinha para conversar, mas quem me atendeu foi a filha dela: Geneci, de 8 anos, ela entregou tudo. Contou que a mãe dela lavava as roupas e que a vizinha que dava de fundos com a minha casa, lavava a louça. Fiquei louca da vida, com a minha mãe, era a segunda vez que ela falava mentiras sobre mim para os outros. Por ocasião do começo da doença, falou que eu batia nela, quis ir para o asilo Santo Antônio, foi e quando fui lá, para deixa-la, a freira me chamou e disse: você bate na sua mãe minha filha! Caluniada, fui embora com muita raiva, mas ela passou só uma noite lá e não quis ficar. Voltou pra casa no dia seguinte. Se eu batesse nela, ela ia querer voltar?
 - Acabei por contratar os serviços da minha vizinha Dona Alzira, porque ela era lavadeira.  Me tornei  amiga dela, e dos seus 12 filhos, também  da vizinha do fundo Nilce, que tinha dois filhos: Cristiane e Vaguinho.

- No Mobral, eu tinha alunos de 14 anos e de mais de 60 anos todos na mesma sala.
- Um dia, uma mãe me procurou, queria que o filho com deficiência física estudasse, ele tinha paralisia cerebral, dificuldades na fala e por causa do pés tortos, voltados para dentro, ninguém queria aceita-lo. Aceitei, era meu melhor aluno. 


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