- Através de um amigo, fiquei sabendo que na escola Otacilia Madureira, estavam precisando de professora, para dar aulas para o Mobral, era num bairro distante, a noite, mas mesmo assim eu fui.
- Logo arrumamos uma cadelinha, a principio o Vicente não gostou, por ser fêmea, mas logo se afeiçoou a ela. Era uma alegria poder tê-la conosco. Colocamos o nome dela de Úrsula.
- Enquanto trabalhei fora, quando chegava em casa, notava que as roupas tinham sido lavadas, estavam no varal e as panelas brilhavam. Estava acreditando que minha mãe estava fazendo tudo aquilo, mas logo descobri, que eram as vizinhas. Ela pedia para uma lavar as roupas e para a outra lavar as panelas. O pior, dizia que se ela não fizesse eu ia brigar com ela. As vizinhas começaram a prestar atenção em mim e procurar ouvir brigas lá de casa, que não existiam. Um dia eu descobri por acaso isso tudo, quando subi num banquinho pra pegar o pozinho de pulgas que ficava guardado rente ao telhado na área de serviço. Quando vi nossas roupas penduradas no varal da vizinha do lado esquerdo. Fui até lá e chamei a vizinha para conversar, mas quem me atendeu foi a filha dela: Geneci, de 8 anos, ela entregou tudo. Contou que a mãe dela lavava as roupas e que a vizinha que dava de fundos com a minha casa, lavava a louça. Fiquei louca da vida, com a minha mãe, era a segunda vez que ela falava mentiras sobre mim para os outros. Por ocasião do começo da doença, falou que eu batia nela, quis ir para o asilo Santo Antônio, foi e quando fui lá, para deixa-la, a freira me chamou e disse: você bate na sua mãe minha filha! Caluniada, fui embora com muita raiva, mas ela passou só uma noite lá e não quis ficar. Voltou pra casa no dia seguinte. Se eu batesse nela, ela ia querer voltar?
- Acabei por contratar os serviços da minha vizinha Dona Alzira, porque ela era lavadeira. Me tornei amiga dela, e dos seus 12 filhos, também da vizinha do fundo Nilce, que tinha dois filhos: Cristiane e Vaguinho.
- No Mobral, eu tinha alunos de 14 anos e de mais de 60 anos todos na mesma sala.
- Um dia, uma mãe me procurou, queria que o filho com deficiência física estudasse, ele tinha paralisia cerebral, dificuldades na fala e por causa do pés tortos, voltados para dentro, ninguém queria aceita-lo. Aceitei, era meu melhor aluno.

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