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domingo, 20 de setembro de 2015

Casei me no civil, no dia seguinte ao meu aniversário de 21 anos.

Durante o nosso namoro, "Atração absoluta de contrários, ele calmo, eu explosiva", foi quase que um desafio o de ficarmos juntos. Além do Júlio ( que trabalhava com ele no Banco) e da namorada dele Fatinha, nós quase não tínhamos amigos ou saíamos para  lugar algum, nossa vida era só ir para o motel. eu me arrumava toda , mas ninguém nós via em lugar nenhum, porque bastava a gente se olhar e pronto, a primeira opção era sempre o motel. Havia pouca conversa e muito sexo. Reconheço que isso não era um namoro saudável e correto e não me orgulho disso. Mas quando somos jovens, facilmente confundimos atração sexual com amor. Tínhamos muito ciúmes, um do outro, erámos possessivos. Eu era muito intempestiva, além de ser como toda jovem dramática. Totalmente insegura e continuava muito carente. Tudo isso era fruto da enorme insegurança e da falta de confiança em mim, não acreditava que alguém pudesse me amar. Sentia um medo terrível de ser abandonada. Não me sentia digna de ser amada.
- Quando eu era criança, meu tio Cesar disse, que eu era um grude com quem me dava um pouco de atenção. É verdade, toda criança que não tem um dos pais por perto sempre, fica capenga de afeto.
- Um dia minha mãe se zangou comigo. Eu sai num fim de semana, a deixando  sobre os cuidados da Maria que numa emergência familiar, também acabou saindo,  pouco antes que eu chegasse,  então ela ligou para uma amiga e reclamou de nós, esta amiga falou para meu irmão e ele veio busca-la, para morar com ele e sua família. Isso aconteceu era bem no comecinho da doença e eu tinha que desocupar a casa em que estávamos morando, porque os donos dela, queriam passar para um dos filhos. Eu me vi completamente sozinha, sem nada e sem ter para onde ir, parecia que todas as portas se fechavam para mim. Duas semanas depois ela voltou. A nora não tinha aguentado ficar com ela . A  trouxe de volta. Só que eles haviam levado suas coisas também, moveis de quarto, máquina de costura e outras coisas e acabaram ficando com boa parte dessas coisas por uma ninharia. Mas tudo bem, já que para onde iriamos, era muito pequeno e não ia caber.
- Até aquela data, eu nunca havia recebido ajuda nenhuma de ninguém, vizinho, amigo, nada, nunca ninguém foi me oferecer um pedaço de pão amanhecido. Me dar um abraço, ouvir minhas queixas, dar o ombro pra eu chorar, nada.
- Somente cinco meses depois do AVC da minha mãe é que eu me permiti desabar, chorei na frente do Vicente, até então estava só resolvendo tudo sozinha. Consegui com a ajuda da Marli, filha da melhor amiga de minha mãe Dona Linda, a aposentar minha mãe por invalidez e me tornei procuradora dela e do meu pai. Ele havia deixado sua aposentadoria por invalidez, para que minha mãe recebesse. Me emanciparam e me tornei arrimo de família com 17 anos.
- A mãe da minha amiga Ana Lúcia, alugou um cômodo com banheiro para nós, no Jardim Satélite, sem fiador e sem calção. Ficava no mesmo bairro em que o Vicente morava. Um lugar  muito longe do centro, muito ruim, para quem precisava  ir procurar emprego. Tive que me desfazer de muitas coisas de minha mãe, sei que deve ter sido muito doloroso pra ela.
 - Foi muito constrangedor para mim, quando a sobrinha do Vicente, Daniela, com três anos, foi lá em casa e  perguntou: Cadê o resto da casa?
- Tentei trabalhar em vários lugares, loja de pisos e revestimentos, loja de móveis, tentei vender títulos de capitalização, ser relações públicas, num escritório de telefonia. Mas nada estava dando certo. Então por muito pouco, que eu não me joguei de lá de cima da construção do heliponto do  Edifício Saint Jaimes. Nesse dia,  eu estava visitando as obras inacabadas do heliponto, com meu colegas da CLA-M, escritório que ficava no mesmo edifício, isso me passou pela cabeça, afinal, minha vida estava tão desgraçada.
- Quando estava tudo certo para nos casarmos
, eu estava trabalhando no consultório dentário do Dr Altamirando Negrão Palma. Esse que esta em pé aí na foto.




Ele era o presidente do esporte Clube São José. Os pais dele tinham sido meus professores no ginásio: Professor Palma de português e Dona Jandira de matemática.

Nos casamos no dia 30 de Janeiro de 1982
Usei pouco maquiagem, porque ele me disse que se eu aparecesse muito maquiada não se casaria comigo. Mais um ``Alerta vermelho`` que a gente não percebe, quando estamos apaixonadas. Eu gostava de maquiar, mas ele dizia que eu parecia um pavão. então passei a usar menos.

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