Chegada a hora de ir para escola, não tenho documentos, o que fazer então? Chamam um amigo, um tal de Erculano e pedem que testemunhe dizendo que nasci em casa, para que eu possa ter um registro de nascimento. Feito isto, agora sim posso ir para escola. Com esta idade eu já ganhei um concurso de desenho e um livrinho de presente. Era sobre o mar, fiquei encantada, suas paginas na maior parte eram verdes e azuis. Me dava uma imensa vontade de saber o que estava escrito nele. Não me lembro de ninguém contando estorinhas para mim. Minha mãe trabalhava muito, não tinha tempo. Estava sempre sentada numa poltrona bordando, caseando ou tendo de fazer encomendas de doces e salgados para festas. Então quem me levava à escola, era o vizinho da frente, que morava numa chácara, o Comendador Remo Cezaroni, muito amigo de minha mãe. Com ele aprendi a amar o céu, a lua e as estrelas, porque ele me colocava no seu colo e mostrava do seu telescópio, toda a magnitude do universo. Ele também pintava quadros lindos e deu um de presente para minha mamãe, o qual eu deixei por uns tempos na casa de Dona Ana, porque caiu da mudança no dia em que saí da Vila Ema e depois doei para o museu. Nós também ganhamos muitos livros dele, despertando mais ainda em mim, o gosto pela leitura. a coleção de Lello Universal (com o carimbo do observatório Galileu Galilei), também doei para a biblioteca pública de São José dos Campos.
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| Mas para mim, vovô Remo |
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| Cursei a pré escola no Colégio Olímpio Catão no centro de São José dos Campos. |
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