Pesquisar este blog

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Dia 13 de Dezembro - Quinta-feira, Francisco o flanelinha que estava ficando no lugar do Sr Arnor, enquanto ele dava um tempo, descansando em casa, me emprestou um livro de Manuel Bandeira - Libertinagem.








- O Poema que eu mais gosto, porque o conheci ainda criança, é este:

Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.

Texto extraído do livro "
Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90

- Eu tive uma iniciativa, de coletar ajuda financeira, para a Banda Radegundes gravar seu primeiro CD, tirei cópia de uma lista de assinaturas e deixei com o Leonardo e Fabiana, com a Angela cunhada do Jansen e com o Carlos,  pai do Chileno. Foi uma idéia que tive a principio na tentativa de ajuda-los.


Nenhum comentário:

Postar um comentário