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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Em 2001 foi quando conheci o Padre Fabio de Melo no Beira Ká em Rio Preto.

- Mateus se ocupava reunindo a galera para fazer rampa de skate e tocar violão lá em casa. Ele tinha uma namorada e a mãe dela era minha manicure Os colegas que mais apareciam lá eram: Pedrinho e Elianderson ( que chegava sempre comendo chocolate e enquanto comia ia dando pedacinhos para Meg, tornando-a uma chocolatra, rs.
- Vicente só vinha nos feriados e as vezes o Lucas vinha com ele.
- Fui com o pessoal da igreja para o Beira ká em Rio Preto, la eu participei de uma palestra do Padre Fabio de Melo e conheci a cantora Ziza e a nossa Senhora desatadora de nós, através de um quadro lindo que estava exposto lá.




Na palestra do Padre Fábio, o que mais me marcou, foi ele dizer que não conhecemos as pessoas, que não sabemos que cor elas gostam, o que ela gostam de fazer, etc
- Contou que no dia do acidente que causou a morte de sua irmã, ela ligou, mas ele não podia dar atenção naquela hora e não teve oura chance.



- Mais uma vez fui procurada pela policia em minha casa, dessa vez o investigador, chegou dizendo que meu filho atropelou uma pessoa em outra cidade e não socorreu. Mas não  tinha sido ele não, o nosso fusca eu tinha usado para pagar as dívidas do mercadinho do tio Elzo e ele é que tinha vendido para um rapaz que fez isso. Na data do ocorrido, nosso filho já nem morava mais em Cosmorama a muito tempo. Uma vez me ligaram no sítio dizendo que meu filho havia comprado roupas numa loja pra ele e a namorada com identidade e cartão falsificado. Esta loja era em Votuporanga, da mãe do amigo do Lucas, o DeLuca Shumacher, o que ela não sabia é que tinha um outro Lucas famoso em Cosmorama. Tempos depois de tanto aprontar, esse rapaz apareceu morto. O meu filho tinha apelido de pitbull, mas era um ser humano manso, o apelido era só porque ele de brincadeira, colocou a coleira da Meg no pescoço e usava como colar, não tinha outra razão.




Aos 40 anos de idade, comecei a escrever minhas crônicas para o jornalzinho da Paroquia Santo Antônio de Cosmorama.


Com minha vizinha Adelita.
- Ela costumava cantar a música de Rick e Renner - Seguir em frente, e dá maneira com que ela fazia isso, me passava um forte sentimento de suplica a Deus.

Seguir em frente

Vou seguir em frente
Vou tentar mais uma vez
Nada foi em vão
Perder você foi solução
Já dei liberdade
Pro meu coração voar
E de novo a luta
E outra vez se apaixonar
Fui abandonado

Muito mais que uma vez
Estou calejado
Acho que me acostumei
Todo desprezado
Sempre aprendi uma lição
Sou especialista
Em viver na solidão

Amanhã
Semana que vem
Ou mês que vem,quem sabe?
Me encontrar
Eu vou encontrar
Um amor de verdade
Um alguém
Que queira alguém
Desse meu jeito assim
Que vai me dar valor
(que vai me dar valor)
Que vai gostar de mim.
Amanhã
Semana que vem

Ou mês que vem,quem sabe?
Vou ganhar
O meu pedacinho de felicidade
Um alguém
Que queira alguém
Desse meu jeito assim
Que vai me adorar
(que vai me adorar)
Que vai me dar amor
Que vai cuidar de mim.

Fui abandonado
Muito mais que uma vez
Estou calejado
Acho que me acostumei
Todo desprezado
Sempre aprendi uma lição
Sou especialista
Em viver na solidão

Também eu sempre ouvia uma canção que vinha de longe do Bruno e Marrone.

Dormi na praça

Eu caminhei sozinho pela rua
Falei com as estrelas e com a lua
Deitei no banco da praça, tentando te esquecer
Adormeci e sonhei com você

No sonho, você veio provocante
Me deu um beijo doce e me abraçou
E bem na hora "h", no ponto alto do amor
Já era dia, o guarda me acordou

Seu guarda, eu não sou vagabundo
Eu não sou delinquente
Sou um cara carente
Eu dormi na praça pensando nela

Seu guarda, seja meu amigo
Me bata, me prenda
Faça tudo comigo
Mas não me deixe ficar sem ela

No sonho você veio provocante
Me deu um beijo doce e me abraçou
E bem na hora "h", no ponto alto do amor
Já era dia, o guarda me acordou

Seu guarda, eu não sou vagabundo
Eu não sou delinquente
Sou um cara carente
Eu dormi na praça pensando nela

Seu guarda, seja meu amigo
Me bata, me prenda
Faça tudo comigo
Mas não me deixe ficar sem ela

- Bruno e Marrone tinham vindo no rodeio de Cosmorama, no dia em que nós fomos pela primeira vez. Mas não sei o que deu no Vicente, simplesmente não quis ficar, assim que chegamos lá , fizemos meia volta e fomos embora. Até hoje não sei bem o motivo. Vicente disse que cantavam mal, imagina se cantassem bem. Alguém perto de casa, ouvia sempre bem alto, a música Dormi na praça. Tocou demais.




                                                                 Bruno e Marrone

                              Naquela época as musicas: Vida vazia e Dormi na praça, faziam muito sucesso.

- No tempo em que o Lucas morou em Cosmorama, ele trabalhou em alguns lava-rápidos. Um dia, ele chegou em casa e disse: mãe arruma as minhas coisas que vou embora pra Goias, tentar a vida, vou com o Betão, o dono do lava-rápido. Quando ele chegou, já estava tudo pronto, era só partir. Eu não ia empatar a vida dele, vai que dá certo! Mas ele não foi, o cara era separado, mas tinha duas filhas e por isso acabou desistindo de ir para longe.
- Agora ele estava lá em SJC enfrentando as dificuldades de morar só, mas pelo menos o Vicente estava sempre lá na casa dele, assistindo TV com eles a noite e tentando ajudar no que podia. Também tinha os parentes e amigos, qualquer coisa que precisasse, por isso eu não ficava preocupada. Ele tinha conseguido trabalhar numa agencia de turismo e depois no Café Cancum como comprador.
- Infelizmente o Elianderson que estava cheio de boa vontade de se firmar, não pôde ficar, por insistencia de sua vó, voltou para Cosmorama. Ele estava de liberdade assistida e mesmo o Vicente se oferecendo para ser o responsável por ele, não deixaram, teve que ir para lá e não voltou mais. Tempos depois veio o Reginaldo morar com o Lucas. Ele também estava querendo uma oportunidade de melhorar de vida.
- Em Cosmorama eu me sentia muito só, a única pessoa que costumava me visitar era o primo Aureo, com quem eu tinha longas conversas sobre literatura. Ele assim como eu gostava muito de ler. Comecei a estudar por conta própria, sonhava em prestar vestibular. Me sentindo sem um braço, com o Vicente em SJC, eu não estava mais nem indo as missas, mas aceitei o convite de participar da Pastoral da Comunicação = PASCOM escrevia artigos para o Jornalzinho da Paróquia. Infelizmente publicavam sempre meus artigos com muitos erros. 


Com os membros da PASCOM da Paróquia Santo Antônio de Cosmorama e Bispo Don Orani Tempesta.




Seicho-No-Ie Do Brasil outro divisor de águas na minha vida.


- Eu me convidei para ir conhecer a Seicho-No-Ie, fui com a Dona Cidinha num salãozinho em Tanabi, era dia da recitação, Provisão Infinita e perfição. Eles falavam em japones e eu quase não entendi muita coisa, mas gostei. Busquei ter todos os meses, os exemplares das revistas para ler, eram muito interessantes.Um dia ela nos convidou para ir a um seminario da prosperidade, em Rio Preto, nós adoramos.
- Em Rio Preto nos participavámos também de palestras com o Hélio Tasuo Yostsui dono da  Hoken, (purificadores de água) que era novidade.



- Minha campanha eleitoral foi apenas com o material que me deram, alguns santinhos e umas poucas camisetas. Meu filho Lucas colocou duas caixas de som em cima do fusquinha e saíamos com uma gravação feita por ele falando alguma coisinha. Tom João e Zilim foram duas pessoas que me ajudaram muito, indo comigo até os sítios e chacaras para divulgação. Meu cunhado Donizete imprimiu umas folhas de sulfite com as minhas propostas e me enviou e eu, sem ajuda de ninguém, saia para entregar de porta em porta. Eu não era conhecida então, não tive a menor chance, foram poucos fotos. A Campanha eleitoral de Cosmorama é feita de maneira muito baixa, o voto é vendido na cara dura, em troca de promessa de favores, carne, botina, dentadura, etc, um horror.
De madrugada soltam papeis contando os podres dos candidatos adversários. É tudo muito sórdido.
- Os négocios iam mal, não estavámos conseguindo receber as viajens de frutas que mandamos para Sãó José dos Campos, a dívida do comprador já estava em 52 mil reais. Nâo tinha como continuar.
- O Vicente teve varias idéias, mas nenhuma interessou a minha cunhada de continuar trabalhando junto com ele, então o jeito foi ele procurar um emprego. Ele conseguiu num galpão de distribuição.
- Um dia apareceu lá em casa no sítio, um policial, estava com um mandato e quiz ir lá na minha casa da cidade.  Havia uma denuncia de que lá podia ser casa de tráfico. Fomos, passei no trabalho do Vicente, mas ele não quiz entrar no carro da policia, fomos a pé, era pertinho. Chegando lá o policial, viu que era uma casa limpa, organizada, onde nos quardávamos os nossos moveis novos e onde costumavamos ir assistir TV, nossos filhos iam lá também com seus amigos, eles tinham a chave e dormiam na casa, nos fins de semana, quando acabava ficando muito tarde para irem embora. Haviamos mandado instalar a antena parabolica lá, poque a intenção era mudar logo, mas ainda estava em reforma. Tudo isso aconteceu só por que na escola a inspetora de aluno ficou sabendo que fumaram um baseado na minha casa e ao invés de nós chamar, para conversar sobre o assunto, já acionou a policia, um tremendo exagero.
- Já que o Vicente e a Antonieta não trabalhavam mais  juntos, achei melhor nos mudarmos para nossa casa sem terminar mesmo. O enfarte do Vicente, mas a falta dos pagamentos das frutas, tinha atrapalhado os nossos planos de terminar o que havíamos planejado. Passamos a virada do ano descansando, estavámos exautos da mudança.
- O Lucas tinha terminado os estudos e antes mesmo do final do ano tinha ido morar na vó Elza. Meu cunhado Beto, tinha providenciado os papeis da incrição para que ele prestasse exame para cursar mecatronica, que é o que ele queria.
- Quando Vicente perdou o emprego no Criminite, ele tentou por uns tempos arranjar outro emprego, mas não  conseguindo, aceitou o convite dos meus cunhados Beto e Donizete para ir para SJC, procurar emprego lá. Ficou um mês hospedado na casa da minha sogra, procurando, até que coseguiu.
- Lucas tinha ficado uns dias na casa da vó Elza, uns dias na casa do tio Zete, o final do ano passou na casa da  comadre Salete em São francisco Xavier e depois uns dias no partamento do amigo Marques. Ele já estava cansado de ficar de casa em casa, quando recebeu a visita de seu amigo Elianderson, ele tinha ido morar com o pai no Peru. Estava hospedado no centro e tinha vindo fugido. Eles alugaram dois cômodos e foram morar juntos. Vicente e Lucas fizeram algumas vendas dos purificadores de água da Hoken para nossos amigos, mas depois, cada um conseguiu um emprego registrado e não tiveram mais tempo de se dedicar as vendas. Lucas voltou para Cosmorama só para dar baixa na reservista, estava tendo sucesso nas vendas dos purificadores e não quis parar para servir. Eu tinha feito 40 anos agora e estava morando só com o Mateus, (percebi que apareceram alguns fios de cabelo branco na minha cabeça).
A amiga Amanda foi sua madrinha no dia da baixa.

Favela era o nome dado aos jovens excluídos, de Cosmorama, que se uniram numa bela amizade.

- Morando em Cosmorama, a primeira vez que fui para Rio Preto durante o dia, foi com a prima do Vicente, Tianinha, o marido Marcos, o filho Mateus e uma vizinha, fomos levar a cachorrinha deles no veterinario. Eu fui só para passear e conhecer.
- Comecei a sair com a Marli esposa do Zé Damião (motorista de caminhão que trouxe a nossa mudança) para ir as reuniões de Nemawashi nas cidades vizinhas. Enquanto Vicente e Antonieta também buscavam por frutas para comprar. Quando Vicente não estava acompanhando a colheita ou passando veneno nas mangueiras, estava a procura de pomar para comprar frutas ou concertando alguma coisa do sítio ou da casa da Antonieta.


- Os nossos meninos, reclamaram que a catequista dos marianinhos estava sitando a turma deles como mau exemplo e pedindo para que não tivessem amizades com aqueles jovens. O Padre Pedro tinha ido embora em missão e  agora na Paróquia estava o Padre Marquinhos. Marquei uma reunião com ele, os pais desses jovens, os jovens e a catequista. Era o ano em que o tema da campanha da Fraternidade, era Dignidade Humana e Paz, Milênio sem exclusões. Inadmissível uma catequista ao invés de acolher, ter esse tipo de comportamento. Todos estavam indignados. Ela estava na berlinda.



 
Aqui estão os jovens que costumavam se intitular "Favela", por serem excluídos, Padre Marcos Vinicius Cavalhini, meus filhos, eu e os pais da Amanda.
Eles costumavam se encontrar nas escadas da igreja  e lá eles ficavam conversando, rindo, contando casos. Um dia o padre foi lá conhece-los melhor, a meu pedido e ver que eram jovens como qualquer outro. Filho de gente de bem, honestos e trabalhadores. Não havia nenhum marginal ali para serem excluídos.
Mas não  adiantou nada a nossa reclamação, quando saímos de lá da reunião, ela continuou com o mesmo comportamento.
- Não era essa a proposta de Jesus, ainda que eles fossem marginais, o certo seria tentar traze-los para a igreja, acolhe-los e não exclui-los.
- Fizemos alguns churrascos com toda a galera, pais e filhos, quem quisesse ir. Formávamos uma só família, todos eram bem vindos, não importando se eram tidos como: maconheiros, carçudos ou ladrão, para nós, eram pessoas queridas, que mereciam o nosso respeito, a nossa amizade e o nosso carinho.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Um pedido de socorro!

Boa tarde caros leitores!  Se dentre vocês existir alguém que possa me ajudar, por favor, eu não estou em condições de trabalhar fora ultimamente,  eu preciso urgente de sua ajuda, então rogo, que me ajudem com o que puderem depositando em minha conta da agencia da Caixa Econômica Federal - agencia 0351  conta n° 023 00013098 - 0 ou no PIX: 02606839811
Enviando confirmação no meu e-mail: alicerangel2000@yahoo.com.br
 Eu: Alice Alves Rangel Lopes, ficarei imensamente grata pelo incentivo e carinho de vocês, Paz e Bem. Fiquem todos com Deus!  Beijos à todos. Muito Obrigado.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A virada do ano de 1999 para o ano 2000 foi em Rio Preto.



- Passamos a virada do ano, vendo a cascata de fogos com nossos amigos Adilson e Silvana,  na beira da represa em Rio Preto. Já tínhamos estado lá antes, é mito bonito. Ficou lotado de gente.



E assim foi nosso fim de ano em 1999.



- Dia 23 de dezembro de 1999, eu  acordei com a musculatura toda dura, precisei ir no Dr Fred e tomar uma injeção para poder melhorar. Antes de mudar pra Cosmorama eu tinha acabado de passar por um tratamento com um acupunturista. Ele era um japonês cego, seu Jorge, indicado pelo meu amigo Marques, que também como eu , vivia as voltas com dores na coluna. Passei por um longo período bem, mas agora devido a tantos problemas, estava começando a me sentir dolorida de novo.


                                    - Dia 24 de dezembro de 1999 ceiamos na casa do Sergio Molina,

Ele com a filha Patricia e a neta Rafaela que na época só tinha um mês.
(viúvo da Vera) cunhado da Vânia, fomos a convite do meu cunhado Donizete, fazia pouco tempo que ele  havia passado com o carro, por cima de um cavalo numa estrada e quase que todos da família morrem. Como o Vicente tinha passado pelo enfarte um pouco antes, aquele era um encontro especial entre os irmãos. Como sempre, os membros dessa família  são muito animados e nos divertimos bastante aquela noite.


- Dia 25 de Dezembro de 1999 almoçamos na casa dos pais do amigo Adilson, o Sr Chico e dona Maria, os irmãos: Miro e  Josy, mais Silvana e as filhas: Jessica e Tania .
Eu e a irmã do Adilson - Josyane


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Ano em que surgiu a marca de roupas: Favela é nois na fita.


- Nossas frutas estavam indo para São José dos Campos, Cuibá, Rio Grande do Sul e outros lugares.
- Nós sempre que podíamos ficávamos olhando as estrelas, colocávamos uma cadeira no meio do terreiro e ficávamos ali curtindo o frescor da noite e antes de deitar, rezávamos juntos.
- As professoras Raquel e Palmira vieram nos convidar para nos filiarmos ao partido do PT, mas nos não quisemos, já éramos filiados ao PSDB há algum tempo.
O professor Adalberto que tinha sido prefeito de Cosmorama, me convidou para ser candidata à  vereadora, aceitei.

- Nas tardes do mês de outubro Tereza e eu saiamos para evangelizar de porta em porta. Era a Evangelização 2000. Mais um sonho realizado.


-  Quando eu podia, levava lanche para o pessoal que estava embalando as mangas no barracão. Eram mangas como jamais tinha visto  ou ouvido falar: Tommy Atkins, Palmer, Hadem, Keit, Vandyke, Borbon, Coração de boi, Espada, Ouro.

- Lucas estava namorando com uma menina, cujo pai era muito bravo. Ele tirou os brincos e a argola do nariz, porque o pai dela não gostava. Ele agora trabalhava para o Ismael do SemSasom na parte de iluminação da montagem de bailies da região. Mateus ao contrario, naqueles dias, ele mesmo furou a orelha sozinho.

- Dei palestra para os jovens e passei a dar catequese no bairro da estação para crianças entre 9 e 11 anos, para ficar mais perto de casa. A minha turminha da cidade, eu tive que deixar, quando o Vicente enfartou. As vezes substituía minha cunhada na turma de catequese dela. No curso para noivos, Vicente e eu, dávamos a palestra: Sexualidade Humana e Cristã e agora no ECC, dávamos também a palestra: Harmonia Conjugal. Fomos convidados para dar esta palestra em  Bálsamo. Estávamos nos tornando populares, mas mesmo assim, estando a um ano e um mês em Cosmorama, eu ainda me sentia muito limitada, como um bicho  na gaiola.


- Em novembro como sempre, aconteceu o rodeio em Cosmorama e  a sobrinha do Vicente, Natali foi candidata a rainha do rodeio e ganhou. É a mesma coisa que miss caipirinha, tem de se vender os carnês, com as permanentes para os 4 dias de rodeio por um o preço que é menor do que no dia que acontece, quem vende mais é que ganha. O premio que ela  ganhou foi uma viagem para Camboriú e mil reais.
 - As filhas do primo Luizinho que trabalhavam na venda do tio Elzo, também ganharam uma viagem de alguns dias, para Porto Seguro na Bahia, mas como só chovia e lá é praticamente  com se fosse uma ilha, não aguentaram ficar e vieram embora antes do tempo. Deve ser horrivel ter de ficar num quarto de hotel, longe de tudo e todos, sem nada pra fazer.


- Nosso padrinho de casamento Bento (irmão do meu cunhado Beto) veio de SJC para Cosmorama de jatinho, só para comer gabiroba e levar uma mudinha para plantar. Como é bom ter dinheiro para poder realizar um gosto por menor que seja. Minha mãe dizia:" Mais vale um gosto, que um tostão no bolso."
- Enquanto isso meu marido se dedicava a poda das mangueiras, elas precisam de varias podas, durante a vida delas. Poda de formação, poda sanitária (de limpeza), poda na florada, poda estrutural. Podadas direitinho podem produzir até durante 50 anos. Mas só começam a produzir no 2° ano.

- Dia 26 de novembro de 1999, Lucas criou uma marca de roupas pra galera dele, eles mandaram fazer as camisetas e estampar, todos sentiam orgulho de pertencer aquela 'tribo".





- Dia 28 Vicente e eu fomos com nosso amigo Adilson e Silvana, conhecer a Congregação Cristã do Brasil, era dia de batismo e o pastor ficou pensando que seriamos nós a ser batizados. Nessa igreja, homens e mulheres sentam-se em lados diferentes um do outro e as mulheres usam véu.

- Dia 11 de dezembro de 1999 um assassinato em Cosmorama chocou todo mundo, a mãe da Sandra mulher do Vando matou o marido a facadas. Segundo soubemos depois, ela estava cansada de apanhar dele.
Acontecia violencia domestica e ninguem sabia. Disse que foi em legitima defesa. Quando capturada, acabou fugindo da cadeia e ninguém foi atras dela.

- Dia 14 de dezembro de 1999 - eu vinha sentinho muitas dores no ombro esquerdo, já há muito tempo, estava dificil até para colocar roupas no varal. No período em que Vicente esteve internado, uma das razões de ir com outras pessoas dirigindo era essa dor, sorte minha que pude contar com os amigos: Idevair, Durvalino, Adilson e Vilmar. Já tinha passado  por consulta e o médico disse que era porque eu pegava friagem enquanto dormia, aconselhou, para não dormir com os ombros descobertos. Só que nos ultimos dias estava doendo demais, eu não estava aguentando então falei com Deus: "O Senhor vai ter que tomar conta dessa situação". As primeiras consultas que fiz no ortopedista Dr Fred no postinho, foi por conta de uma dor nas canelas, igual a que eu sentia nos braços quando o Lucas tinha 5 meses. Também doia movimentar o dedão da mão, ele disse que talvez fosse preciso me oprerar se aquela dor na mão continuasse. Recentemente o Vicente tinha passado por peregrinação a vários oftalmologistas que só trocavam o colírio e não achavam o porque dele sentir tanto ardor nos olhos. Resolvemos pagar uma consulta no Dr Ariovaldo em Votuporanga, que descobriu que ele estava com um vírus, pegou do pólem em algum pomar. Para este vírus não tinha remédio, era só esperar de oito meses a dois anos ele sair e pronto. Enquanto isso eu tinha que dirigir pra ele, porque ele dizia que parecia ter talco nos olhos, principalmente a noite que piorava bastante a visão.


- Para comprar frutas na região visitávamos os pomares das cidades de: Fernandopólis, Ecatu, Tanabi, Mirassolandia, Parisi, Engenheiro Baldino, Valentim Gentil, Palmeira do Oeste, Mira Estrela, Jales, Alvarez Florence, Américo de Campos, Ponte Gestal, etc.
- Dia 20 de dezembro  de 1999, morreu o amor da vida do cantor Roberto Carlos, a professora e psicóloga Maria Rita Simões Braga, aos 38 anos. É muito triste, quando se perde  um grande amor. Até isso acontecer, ninguém se preocupava tanto com o câncer de colo de útero.


                                                           Roberto Carlos e Maria Rita


Conhecendo o famoso Padre Silvio Roberto na Paróquia Santa Luzia em Votuporanga - SP



- Dia 23 de setembro de 1999, fomos na Paroquia Santa Luzia em Votuporanga conversar com o padre Silvio, pedir uns conselhos e estivemos na palestra de Apoio à depressivos.



- Dia 24 de setembro de 1999, eu fui com o Vicente, ver uma colheita de melancias, eu não tinha a menor ideia de como elas nasciam e cresciam. Fiquei encantada.



Tom João e Vando, nunca vi dois jovens que trabalhassem tanto nessa vida, como eles.



- Quanto as laranjas, elas  são lavadas e enceradas. No nosso caso era  na Citro Caproni,





temos que prova-las no pé, para sentir como estão. O veneno que colocam contra as pragas,  dá uma forte dor de cabeça.  Montar uma equipe de peões dava o maior trabalho, muitas vezes era preciso ir  procurar peão em Simonsen. Eles recebiam 13,00 por dia, nos oferecemos 0,60 por caixa apanhada, enquanto eles estavam acostumados a receber 0,20. Primeiro temos que pagar o produtor, 2,50 por caixa de laranja e 1,50 por caixa de mangas, pagar uma condução para levar e buscar os peões até o pomar, no caso das mangas, se paga também para embalar, quando ficam de um dia para o outro no carboreto, elas amadurecem mais depressa. Uma equipe ficava embalando no barração, depois é preciso através de uma agenciadora encontrar um caminhão que possa levar a carga, fazer a carga no caminhão,  pagar o motorista. Se faz uma estimativa de que irão colher 15 mil Kg e só colhem 11.700, porque as laranjas estão muito secas por dentro. Todos eles recebem no final do dia. O  calor é insuportável e a roupa precisa proteger todo o corpo do sol. Eles levantam 5:00 da manhã, então 11:00 horas param para almoçar, lá pelas 17:00 horas já estão chegando em casa. Quando chove, homens e mulheres,  tomam chuva enquanto esperam ela passar, depois voltam a trabalhar com a roupa molhada no corpo. Na roça não tem banheiro. É tudo muito cansativo e suado para ganhar o dinheiro no final do dia. Nos dias de chuva mais forte, não se trabalha, mas também, não se recebe.


                                                                              Tom João

- Tom João e Vando, eram os que mais trabalhavam, paravam 2:00 da manhã de carregar o caminhão e as 5:00 já estavam de pé de novo no eito, sem receber nenhum tostão a mais por isso, que os outros.
- Vicente e eu resolvemos fazer um curso no Cebrae para saber tudo o que era preciso.
- Cosmorama nessa época era o maior produtor de manga e café da região.
- Lucas e Paulinho Rosa estavam as voltas com preparativos para fazer uma festa de aniversario, Lucas comprou uma mesa de som e fez um jogo de luzes de 16 lâmpadas.
- Alexandre, o sobrinho do meu cunhado Nivaldo, começou a dar sinais de ciúmes do Vicente tomar conta das  coisas do tio, no tempo em que trabalhava para o tio, dirigindo caminhão, ele e seus amigos cantores, Gabriel e Izi, de Monte Alto, estavam sempre por aqui.


- A Meg sempre pegava bicho de pé nas patinhas e quem tirava era o Vando, ficava um buracão, quando eles saiam e era preciso passar vinagre e sal para não coçar muito.