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domingo, 20 de setembro de 2015

Eles eram, com certeza os melhores patrões que eu poderia ter. Adorava fazer parte daquela equipe.



Foto minha grávida , num baile de formatura de um amigo. Meu filho recebeu o nome de Andre Luiz, homenagem a um lindo menino que estudou comigo a vida inteira. Sei que hoje eu tenho um anjo lá no céu. Mas a dor de perde-lo é irreparável, por muitos anos eu não me perdoei e vivia com esta culpa a me atormentar. Todos os detalhes do que passei nestes momentos estão no meu livro. Quando se passa por uma coisa dessas, não se sabe, se algum dia, vamos conseguir voltar a sorrir, mas a vida passa e tudo muda e eu também mudei, me tornei intocável, tive outros namorados que jamais souberam que eu já tinha passado por isso, até hoje eles podem estar pensando que eu era virgem, devido a minha postura.
- Voltei a trabalhar na escolinha e isso me ajudou a ir esquecendo um pouco a minha grande dor. Tanto num lugar como no outro os patrões eram os mesmos, eles eram as melhores pessoas, com quem tinha tido o prazer de trabalhar, eram os donos da Clínica Elza Barra e da escola Souza Lima.


Dr Helio Souza Lima, sua esposa Dra Maria Zélia, Suely Souza Lima e Dr Carlos Eduardo Rios Pereira

Daria tudo por um modo de esquecer...


-

 
- Depois desse episódio tão cruel e doloroso, a musica do Guilherme Arantes, fazia mais sentido do que nunca, por que falava assim: Meu Mundo e Nada Mais
Guilherme Arantes
 

Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia...

Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...

Não estou bem certo
Que ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura...

Como ser mais livre
Como ser capaz
De enxergar um novo dia...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...(3x)


Por muitos anos carreguei essa culpa. Me sentia péssima! Achei que nunca mais ia sorrir.



Lá no clube eu conheci rapazes mais velhos e muito interessantes, namorei um deles, ele era 10 anos mais velho do que eu, minha mãe se preocupava com a diferença de idade, mas isto é bobagem, não se deve valorizar muito uma coisa dessas, afinal ele também passou, assim como vários outros namorados que eu tive nesse período. Foram muitos mesmo, não vou mencionar ninguém aqui, mas ganhei fama de namoradeira,  ninguém pode reclamar que não teve sua chance comigo,rs.  Com esta idade eu tinha bastante liberdade para ir a bailes, festas, cinema, clube, viajava com as amigas para a praia, vivia a vida que pedi a Deus. Amava o meu trabalho, tinha muitos amigos e curtia a valer, até que um acontecimento iria marcar minha vida para sempre. Eu fiquei grávida de um namorado, ele tinha 26 anos, morava sozinho em São Paulo e vinha sempre me ver, até eu lhe enviar a cópia do resultado do exame de HCG.
- Saí da escola em que trabalhava, por este motivo e fui trabalhar numa clínica, para evitar constrangimento com os pais das crianças. Menti para minha mãe sobre quem era o pai, falei que tinha sido assaltada e ... Mas ela não acreditou, sabia de quem era. Ela não aceitou minha gravidez e me fez abortar. Chamou uma agenciadora de abortos lá do nosso bairro e me levaram para uma clínica em São Paulo onde foi realizada o aborto. Eu demorei contar pra ela e então, já estava de dois meses e meio quando isso aconteceu. O pai da criança, eu tinha dispensado, por ter me oferecido dinheiro para tirar. Não é isso que se espera ouvir quando isto acontece. Quando tive condições voltei a trabalhar. Trabalhei uns dias com os seios vazando leite, precisei tomar uma medicação para secar. Eu tinha engordado uns 3 quilos e saíram estrias nos meus seios. Até que tudo tivesse terminado desse jeito, perdi a chance de namorar com um rapaz chamado Jorge, que estava indo fazer faculdade de medicina em Vassouras, ele era lindo e educado, mas não ia me querer assim, com certeza. Falei que estava namorando outra pessoa e lá se foi o sonho de minha mãe, de me ver casada com um médico. Eu tinha tentado namorar um médico do CTA, ele era pediatra, mas não deu liga.

Jorge Cesar Castro



- Aos 16 eu já estudava a noite e trabalhava de dia, fiz muitos cursos e meu primeiro emprego foi na Pronval, não durou muito, nem ali, nem no escritório do Dr Cipriano, nos dois lugares sofri assédio sexual e não foi só nestes dois não. Até que fui realmente fazer o que era o meu sonho, dar aulas numa escola. Todo o meu salário eu entregava na mãos de minha mãe, para ajudar nas despesas da casa. Cedo numa  escola e a tarde em outra, eu estava realizada. 


- Cheguei a ir na Vasp Companhia Aérea no Rio de Janeiro, fazer inscrição para ser aeromoça, que era o sonho de minha mãe pra mim, mas por causa de minha altura, não consegui.









                                              Nessa foto com a Prof: Valdete e nossos aluninhos.
 Aos Sábados dava catequese e cuidava dos cabelos e das unhas no salão da Dona Mercedes, mãe da minha amiga Vânia.


Eu adorava dirigir o Galaxie Landau, era só relar o pé e ele, deslizava suavemente.



- Vou resumir, dizendo apenas que namorei um ano e meio com este rapaz chamado Hirtes Fernandes , que nunca brigamos e sempre me lembrarei dele com muita ternura. Nossa separação foi de comum acordo, com a promessa de que no futuro, voltaríamos a ficar juntos. Mas que naquele momento íamos terminar, para  que ele se dedicasse aos seus estudos e pelo principal motivo, de sua mãe ser contra. Da família dele, as pessoas mais adoráveis eram sua irmã Heliete e sua vó Dona Isabel que morava em Caraguatatuba. Lá nós  costumávamos ir de vez em quando nos feriados. Maiores detalhes estarão no meu livro, aqui só mesmo, umas rápidas pinceladas.
- No aniversário de minha vizinha e amiga Salete, comecei a namorar outro amigo do Manê, o Paulo Vagner. Nos tivemos um jeep juntos, que trocamos por um galaxie Landau, que era do Nigel. Esta foto foi tirada da internet, mas esse carro é igualzinho o carro que nos tivemos



Nigel

Com o Paulinho, o namoro foi conturbado, com ameaças dele se matar, quando terminamos o namoro. Ele serviu o exercito e logo depois trabalhou na Johnson no setor de controle de qualidade. Como trabalhava a noite, ganhava muito bem e então me dava presentes caros e me mandou flores no meu aniversário, mesmo depois que já não estávamos mais juntos. Era a primeira vez em que eu recebia flores de alguém. Mas de nada adiantam  flores, se o temperamento da pessoa é difícil e vocês não combinam.
- Nesta foto eu estou com 15 aninhos. Gostava muito de tomar sol, então minha mãe, conseguiu que eu me tornasse sócia do clube Associação Esportiva São Jose, onde passava os meu finais  de semana, me bronzeando. Lá fiz muitas amizades novas. Alguns desses amigos apareceram em casa na  minha festa de quinze anos, fiquei tão feliz! Eu não tinha tido baile de debutantes, então minha passagem de fase foi  neste dia.

                                                                                                       




Hoje sei que eu devia ter TDH ( Défice de atenção), pois aquelas matérias escolares não me prendiam a atenção em nada.

Por época dos bailinhos que rolavam na vizinhança, eu podia ir, mas só dançava com o Cotão, ele era o meu par perfeito. Geralmente estes bailinhos eram regados a batatinhas à vinagrete, cus-cus, ponche e  cuba-libre e aconteciam na varanda da casa da Dona Ana. Era ela quem fazia o cuscus, as batatinhas e o ponche, tudo muito delicioso. Alguém botava um disco na vitrolinha portátil e era só alegria.



- A vó da minha amiga Ana Lúcia, também deixou que comemorássemos o nosso aniversário lá na casa dela. Eu faço dia 28 de janeiro e Ana dia 30, então resolvemos fazer uma festa só. Eu me lembro de ter tido duas festas de aniversario preparadas pela minha mãe, quando eu devia ter seis e sete anos, duas pela tia Natália de oito e nove, de 10 e 11, acho que não teve nada, nem de 12 e agora dos 13 ia ser lá na casas da vó dela. A esta altura eu já tinha repetido de ano, porque matei muita aula, não prestava atenção e praticamente até então, tinha passado de ano empurrado, pois nem a tabuada eu consegui aprender. Era como estar vendo tudo pela primeira vez, me esforcei um pouco pra prestar atenção, mas matemática, definitivamente era uma coisa estranha para mim. O bom de tudo isso foi cair na mesma sala de uma menina chamada Valéria Arantes. Nos tornamos muito amigas. Lembro da primeira vez em que nos vimos, eu tinha sofrido aquele acidente e fui para a escola toda machucada, ela e o Nigel Ernest Annesley Smith, namorado da irmã dela, Miriam, vieram falar comigo, solidarizando-se. 


                                                            Nigel Ernest Annesley Smith




A esta altura eu tinha  amizade com a Vânia, que tinha ido morar na minha rua e com a Ana Lúcia, que vinha só aos fins de semana ficar na casa da vó Dona Benedita.

     


                                                                Vânia Regina e eu


Naquele ano eu pulei o Carnaval na Associação Esportiva São José, de novo.  Teve um ano, que passei no Clube dos Quinhentos em Caxias com meus primos: Inês Cristina e José Ricardo.
- Depois de ganhar três fitinhas do Senhor do Bonfim, eu fiz os três pedidos e um deles era arranjar namorado, depois das festas juninas, comecei a namorar. Eu tinha dançado a quadrilha com o Cotão. Eu achava que o futuro da gente seria ficarmos juntos, pois nòs dávamos muito bem. Ele era irmão da Rosali, amiga do pessoal lá da casa da Dona Ana.


Rosali

Então eu acho até, que devia rolar uma torcida para que ficássemos juntos. Mas nesse meio tempo, ele namorou a minha amiga Valéria. Eu tinha um amigo chamado Manoel, de apelido Manê e através dele, conheci outras pessoas e com um dos amigos dele, comecei a namorar. Este rapaz, era estudioso, respeitador e minha mãe logo aceitou o nosso namoro. Minha mãe agora estava muito diferente, mas amiga, compreensiva, outra pessoa. Ela havia tido acesso as leitura dos livretos da Sheicho -No -Ie, que minha tia Edvina trazia pra ela.
- Em sala de aula eu só ficava desenhando e o professor Wilhiam de física, um dia  ao ver os meus desenhos, disse  que gostaria de ter uma máquina, que materializasse as mulheres que eu desenhava, poderia alguém receber um elogio melhor?





Decifrando um quebra cabeça que se inicia.



- Mexendo numa gaveta do móvel da sala, chamado etajer, achei sem querer um documento de nati-morto. Eu sabia que minha mãe tinha tido uma filha que nasceu morta, ela me contou que precisava ter tomado um remédio para segurar a gravidez, mas não teve dinheiro e então perdeu a criança. Passou a noite inteira velando o bebê sozinha numa noite de tempestade. A criança foi enterrada numa caixa de sapato. Eu não prestei atenção a data,  que estava naquele documento, mas era de novembro de 1960. Eu nasci em janeiro de 1961, como podia ser eu filha dela? Lembro-me de que, um dia, lá pelos meus  8 anos, de ter chegado em casa chorando, porque alguém disse na escola que eu era adotada. Minha mãe ficou uma fera, queria ir brigar com quem falou, não admitia em hipótese alguma de que isso podia ser verdade. O fato é que, eu estava de frente com uma evidencia de que ela mentia. Lembro também que quando eu perguntava onde é que eu nasci, ela dizia Bel For Roxo, noutra vez, Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Como podia uma mãe não se lembrar ou não saber onde seu filho nasceu? Enfim, aquele era um assunto de que ninguém falava nada. 

 O móvel da minha casa era desse estilo, só que claro e em cima dele, haviam muitos bibelôs. 


Eu me achava um pouco parecida com a minha tia Natália, mas só, porque olhava fotos dos meus pais e irmãos e não encontrava nenhuma semelha, eles tinham a pele clara e eu era cor de jambo, eles tinham cabelos lisos e eu ondulados.

                                                     Essa foto foi tirada no quarto de minha mãe.


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Foi quando conheci o meu parceiro de danças, o Cotão, que se tornou o meu par constante.

A está altura eu sofria bulling na escola por conta do meu jeito de andar. É que eu tinha treinado andar com um livro na cabeça, para ter um caminhar mais elegante e isso causava um certo incomodo nas meninas e chamava a atenção dos meninos. Me chamavam de reboleira. Me ignoravam nas rodinhas de conversa. Onde eu chegava, me davam gelo.

Essa foto foi no dia em que eu fui na primeira brincadeira dançante,  na casa da minha vizinha
 Dona Ana Rebolças Palma, na Vila Ema.

                                        





Minhas angustias de adolescente.



-Passei a me ligar mais em músicas e no que elas diziam, a partir do tema da novela Selva de pedra, mas uma em especial calou fundo em minha alma, a música de Guilherme Arantes: Meu mundo e nada mais. Eu sentia uma angústia tão grande! Esta  música então, traduzia os meus sentimentos. Eram as incertezas de futuro, a saudades do meu pai, as carências de quem está se tornando mocinha e as descobertas de coisas das aulas de biologia, que me atormentavam sem que eu pudesse dizer nada a ninguém. Me distraia lendo muitos gibis, todos os da Disney e os do Maurício de Souza. Passava também algum tempo assistindo meus programas favoritos na TV.


Pulava o muro da Escola Estadual João Cursino, onde eu estudava pra ir me encontrar com meu amor.



Minha mãe não podia nem sonhar, mas eu sumia com a minha bicicleta, só para ir ver o meu amor. Ele morava perto da construção do Corpo de Bombeiros e a gente costumava se encontrar por lá. Matava aulas, só para poder ficar com ele. 






Minha grande amiga Ana Lúcia, que vinha passar o fim de semana na casa da vó, que era nossa vizinha, me ajudava nesses encontros. Em casa também tinha telefone, o único da rua, por isso ficava um tempo enorme conversando com ele, quando estava sozinha em casa.




E nos dias de jogos de futebol na TV, como minha mãe adorava assistir aos jogos do Pelé, eu aproveitava para dar uma fugidinha e ir me encontrar com ele.




- Quando fui passar as ultimas férias no Rio, troquei confidencias com Sandra, a irmã caçula de minha tia Plásida, casada com meu tio Cesar. Não comemoramos o meu aniversário naquele ano, porque o irmão da minha tia morreu de overdose de droga. Meu outro irmão chamado Eliseu Edson, que vinha muito pouco em casa, também era usuário, uma preocupação a mais para minha mãe. Nessa ocasião eu sofri um grave acidente, fui jogada do carro que capotou numa curva e bati com o meu rosto todo do lado esquerdo no asfalto. Meu primo estava dirigindo e eu não quis trazer nenhum problema pra ele, então menti pra minha mãe, quando cheguei em casa, que tinham me atropelado e fugido. Meu rosto arranhou todinho, os dentes ficaram todos soltos, o dentão da frente trincou e o braço e a perna do mesmo lado também ficou toda arranhada. Eu fiquei horrível.No bairro vizinho havia um dentista, fui consulta-lo, ele olhou-me e disse, que não podia fazer nada e se os dentes não voltassem a firmar, iriam cair. Não caíram, mas passei a ter estralos no maxilar ao abrir e fechar a boca, fiquei com um problema de ATM. Meu dentista recém formado, perguntou se doía, mas nessa ocasião ainda não, só estralava mesmo.

Aqui com a Monareta que ganhei do meu pai. 
Eu amava andar de bicicleta.