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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Aos 25 anos, com varias perdas seguidas e depressão, fiquei um ano doente.


-Voltei a estudar para sair um pouco de casa. Fiz o curso de auxiliar de enfermagem e também fui me tratar, porque estava me sentindo péssima, inútil e sem gosto pela vida. Lembro-me que durante o meu estagio, os pacientes nos chamavam de: "Anjos de azul".
- Depois de uma primeira consulta no meu antigo patrão Dr Rios, (que era psicanalista) comecei a fazer terapia, eu estava com crise de identidade, me perguntava: De onde eu vim, o que estou fazendo aqui, para onde vou e porque?
- Um dia encontrei a filha de um ex-vizinho no ônibus, aquele que pediu para fazer a novena em casa, (quando eu estava grávida do Mateus). Mandei um bilhetinho por ela, pedindo pra ele nos ajudar. Meu casamento ia mal. Uma esperança seria conseguir fazer, o retiro do Cursilho de Cristandade que ele havia falado.


- Primeiro os homens, depois as mulheres, ...era assim que acontecia naquela época, um só para os homens e depois um só para as mulheres. Assim que fiz o Cursilho de Cristandade, eu me sentia tão bem que não quis mais fazer terapia. As palestras tinham o nome de rolho e eu me identifiquei muito com uma das personagens citadas como exemplo, a Maria bombril. Eu queria ser aquela mulher perfeita, casa e crianças impecáveis, tudo arrumadinho, no lugar e eu sempre bem cuidada. Mas não fazia mais, nem as unhas,  minhas mãos eram estragadas de tanto ariar panelas. Na terapia me foi , dito que  a panela representava a vagina e que minha mania por lavar, seria, porque havia sofrido abuso sexual na infância, por parte de meu pai. Eu já estava fazendo terapia a nove meses e senti que pouco havia me ajudado. Então resolvi que não queria mais, pois me sentia ótima. Logo também fizemos um encontro de casais do Núcleo São João e isso ajudou no nosso casamento.
- Eu já estava formada no curso de auxiliar de enfermagem, quando meu irmão Eliseu Edson, sofreu um acidente e veio a óbito. Foram três mortes perto uma da outra, meu sogro, meu pai e agora o meu irmão. A cada três meses, tive  uma perda.

Eliseu Edson de Oliveira, era  filho da minha mãe, Dona Alayde com o ex-marido, Zelito.
Esta é uma foto dele de criança, que depois fizeram um quadro.


- Fui a primeira a chegar no hospital e como havia um colega meu do curso de enfermagem, trabalhando lá, ele me permitiu  entrar no necrotério. Proferi algumas palavras de despedida e fiz uma oração pra ele. Tínhamos nos visto, muito pouco nesta vida, ele era praticamente um estranho para mim. Ele tinha estado em minha casa anterior, num feriado. Veio com a namorada Fátima (sobrinha do Jânio Quadros), eles ficavam a maior parte do tempo, trancados no quarto e praticamente só saiam à noite. Quando foram embora, achei maconha, em cima do meu armarinho  do banheiro. Ele fez a cabeça da mamãe e a levou para morar numa casa para idosos, particular. Disse que viria busca-la para morar com ele em SP.  Ela ficou lá três meses, pago por ele e depois foi para casa de uma funcionária  de lá, por conta própria, mas não ficou muito tempo, voltou pra nossa casa. O Mateus estava com oito meses e sentiu muito a falta da vó, chegando a ficar doente.
- Um dia nos preparando para ir ao aniversario do filho do primo Toni, ali  mesmo, na rua de casa,  Vicente teve um ataque epilético, eu estava sozinha com as crianças e fiquei apavorada. sai correndo de roupão com toalha na cabeça e descalça e fui chamar o vizinho, eu ainda não conhecia ninguém, mas o Adilson eu sabia que trabalhava no Hospital Policlim.
Ele foi até lá e quis me ajudar, mas trabalhava na parte administrativa do hospital, pedi que fosse chamar o meu cunhado Donizete, ele foi. levamos o Vicente para passar em consulta com o Doutor Tadeu neurologista. Foi aí que ouvi o médico dizer o seguinte: Assim como o senhor usa óculos, não pode ficar sem tomar os remédios, senão vai dar os ataques. Ele tomava Tegretol e Rivotril 2.  Já tinha desmaido um dia na fila, do Banco quando eu estava grávida do Mateus, uma funcionária me ligou e avisou, ainda bem que não sou pessoa de se apavorar facilmente. Toda vez que ele deixava de tomar as medicações, passava mal.
-Estava sendo muito difícil, passar por aquele período de descontentamento com a minha vida, eu tinha aceito trabalhar de modelo de salão de cabeleireiro e participar de um concurso representando o salão,  mas nada daquilo estava ajudando. Arranjei uma menina pra ficar com as crianças, mas não deu certo, chamei a Maria Luíza, era a única em quem podia confiar...




- Fiz uma sessão de fotos com o fotografo Sergio Fugiki para o concurso: " Garota objetiva "




Eu ainda tinha todas as medidas de miss, mas não pense que eu tinha autoestima, porque não tinha, estava me sentindo horrível. Eu era considerada um corpo bonito e perfeito, mas queria mesmo é que me vissem por dentro, no meu interior, lá eu era melhor ainda.
- A vó Trindade, ex-sogra de minha mãe também morreu. Sai do salão e fui trabalhar de promotora de vendas dos jees Staroup,  a convite de uma amiga chamada Silene. O empregador judiava muito da gente, passávamos fome, íamos para São Paulo, em fabricas que ficavam em lugares distantes, sem nenhum lugar por perto pra comprar comida.


Cecilia trabalhou comigo e acabou se casando com o Jean - filho da prima do Vicente.

Quase desmaiávamos de fraqueza. Precisei sair porque, fiquei com uma infecção intestinal por comer um presunto estragado que estava na minha geladeira.  
- Logo naqueles dias em que me recuperava, o Mateus levou uma picada de algum inseto e teve erisipela, quase que tem que amputar a perna.
- Fizemos uma festa de aniversario para nossos dois filhos juntos, de um ano para o Mateus e de três anos para o Lucas, com o tema da copa do mundo, num salão lá no centro da cidade. Meus tios: Paulo, Natália, Rodolfo e Lina, mais a filha Cassia, vieram do Rio, para a festinha. Neste dia apareceu lá em casa, um senhor que o Vicente conhecia do Cursilho e ajudou no transporte dos meus tios até lá, era o Senhor Gilberto.
 - Aceitei trabalhar de secretária do Dr Rios, mas estava com a imunidade tão baixa devido aos últimos acontecimentos, que logo adoeci. De uma chuva que peguei, tive uma  gripe, que virou otite, sinusite, bronquite e um ano de dor de ouvido, até descobrir que era problema de ATM. Depois de passar pelo médico buco-máxilo, (de cabeça e pescoço) e fazer tomografia, descobrimos que eu estava com uma inflamação grande nas laterais da cabeça. Depois que cuidamos desta parte, fui encaminhada para o ortodontista. Ele me pediu para fazer a documentação necessária, incluindo a panorâmica. Eu estava com uma mordida cruzada de tal maneira que só podia causar dores de cabeça e de ouvido. O meu tratamento com o especialista ia ficar tão caro, que nem se vendêssemos a nossa casa, daria pra pagar. Acabei optando por um profissional que faria mais barato. Precisei usar aparelho nos dentes três anos. Sofri demais, em cada lugar que ele encostava, fazia ferida. Eu tinha ínguas constantemente.


Doutor Marcio Chaves - ortodontista.

Neste meio tempo, eu saia do trabalho a noite e fazia aeróbica.  Fiz uns tempos de musculação na Academia do Tuta e por fim balé clássico. Mas minha coluna voltou a doer muito e tive que parar.
- Saí do consultório e fui vender lingerie da VISON, estava me dando muito bem, mas recebi uma boa proposta para voltar ao consultório e voltei. Fiz uma grande amizade com a outra secretária chamada Eliane. Éramos como irmãs.


Eliane era a minha primeira grande amiga depois que eu me casei.

Finalmente eu conhecia os meus seis irmãos, filhos do Irineu, os três mais velhos e os três mais novos do que eu.



Eu era aquela mãe que pega ônibus com filhos, sacola, carrinho e vai resolver problemas no banco, faz compras, vai ao medico sozinha, leva no dentista, enfim, eu me virava. Apesar do Vicente, muitas vezes ter podido me acompanhar com o carro da empresa em que ele trabalhava, quando não  dava, eu dava  um jeito e ia mesmo assim. Mas estava meio esgotada e muito carente de ser sempre forte, segura, decidida e corajosa, enquanto via a dependência das outras mulheres da família. Logo comecei a sentir muitas dores nas costas, fui ao médico,  o RX mostrou que minha coluna estava um esse, ele passou fisioterapia. Forno, ondas curtas e tração. A vizinha da minha sogra, Rose ( que era sobrinha da minha tia Edivina) também estava lá fazendo, só que no joelho.
- Eu tinha ordens médicas de não poder varrer casa, passar pano e pegar peso. Mas como se faz isso, sem ter empregada e ninguém para fazer o serviço pesado? E ainda quando se tem duas crianças pequenas?
- Vicente saía cedo, voltava a noite, só via os filhos dormindo e se por acaso encontrava alguém acordado quando chegasse, ainda me questiona, porque ainda não estavam dormindo.
- Me sentia tão distante dele, que tinha vontade de mandar fazer um out-door com a nossa foto, dizendo bem assim:" Alguém aí quer uma família, eu e meus filhos estamos querendo ser adotados por alguém que queira ser meu marido e pai dessas crianças".
-Um dia eu estava indo ao super mercado, quando encontrei um tio dele, que estava indo saber notícias do acidente que meu sogro tinha sofrido. Ele me dizia que o Sr. Ico tinha quebrado as duas pernas e que a coisa tinha sido feia. Liguei para o Vicente, ele não sabia de nada, pedi a Maria, que ficasse em casa com minha mãe e as crianças e  fui com o Vicente e o Donizete para o Hospital da Santa Casa em Caraguatatuba. Chegando lá, vimos meu sogro em coma e se sobrevivesse iria ter sequelas, ele tinha quebrado o braço, as costelas e as pernas. Assim que chegamos, ele faleceu. Ele trabalhava no Banco Nacional ,  levando malotes para Ubatuba e naquela manhã, bateu de frente com um opala, da prefeitura de Caraguatatuba, que vinha na contra mão. Naquele mesmo dia viemos para São José dos Campos, meu cunhado ficou de resolver tudo, o velório ia ser na casa da minha sogra, no outro dia. Naquela  noite, Vicente se trancou no banheiro e chorou esmurrando a parede e  brigou com Deus. Agora que os dois estavam se entendendo, por causa dos netinhos, Deus tinha levado o meu sogro, ele não se conformava.
 - Naquela  madrugada bem na hora em que aconteceu o acidente, o meu filho Lucas tinha sentado na cama e falou comigo umas coisas sem pé nem cabeça. Ele disse: tão cuidando da quiança no pital.
Que criança filho eu perguntei? E ele disse: A quiança que quebou o baço. Perguntei de novo, que criança filho? E ele respondeu, Já foi embora com o home e a mulé.
- Há vinte dias meu sogro tinha enterrado a mãe dele. Eu tinha ido visita-la, com ele, durante a gravidez do Mateus umas duas vezes, lá no asilo.
 - Estávamos ainda sob os efeitos dos acontecimentos, quando Vicente ganhou uma indenização do Banco Nacional, ele mais cinco funcionários, haviam entrado na justiça porque foram mandado embora sem justa causa.
- Tive a ideia da gente comprar uma casa, o dinheiro não dava, mas vendendo o meu telefone e o dele, mais um pequeno empréstimo do patrão e uns dólares que ele tinha guardado, conseguimos comprar a vista. Foi tudo tão mágico, deu tudo tão certinho, que parecia até que o meu sogro já estava ajudando a gente lá do céu.
- Ainda antes de nós mudarmos, o Lucas começou a ter uma reação esquisita, dormindo ele sentava na cama e começa a chorar. Não parecia estar acordado, não parecia estar dormindo. Buscando ajuda, com uma pessoa espirita, ela nos disse que o espirito do meu sogro ficava perto dele, por gostar demais da criança. Então era preciso rezar para a alma dele. E assim foi feito.
- Mudamos para a casa nova, quando o Mateus tinha sete meses.




- A casa nova tinha sido construída pelo dono há três anos, ficava pertinho da casa da minha sogra e dava para ir em dez minutos. Ficamos felizes com a compra da casa, mas eu me sentia presa naquele lugar. Tamanha era a minha solidão, carência e infelicidade, que tentei me abrir com minha cunhada, mas ela era toda elogios para o marido e então eu me calei. Eu pensava, ela que tem sorte, meu cunhado gosta de sair bastante, é divertido, o meu marido é tão sério, tão caseiro e tão novo pra ser  assim...sempre cansado. Ele tomava Rivotril e Tegretol, para evitar ataques epiléticos por isso, além do cansaço do trabalho e estudos, onde encostava dormia. Eu sempre me via falando sozinha na cama.
- Quando Mateus estava com oito meses, meu pai morreu, ligaram no trabalho do Vicente. Quando ele chegou em casa para me dar a notícia, eu  senti perder a cor . Como ele sabia que eu precisava ir paro Rio a tempo de pegar o velório, tratou logo de comprar as passagens de avião. Chegamos cinco minutos depois que saiu o voo. Graças à Deus nos encaixaram no seguinte. No aeroporto, fiquei bem ao lado do cantor Emílio Santiago, mas eu só sabia chorar, não deu pra puxar conversa não.


                                                  Adorava ouvir, o cantor Emílio Santiago


- Chegando no velório com minha tia Natália e tio Paulo, que foram nos buscar no aeroporto , (nossos compadres que tinham vindo batizar o Mateus, quando ele fez quatro meses),  encontrei também meu tio Rodolfo e fiquei ali ao lado dele. Havia um moço muito bonito, que eu perguntei para o meu tio, se era o meu irmão Rangelzinho, era. Havia uma mulher desesperada, chorando muito, em cima do caixão, era a Ana, a ultima companheira do meu pai, estavam juntos há seis anos. Eu nem conhecia e muito menos sabia que tinha mais três irmãozinhos,


                                               Dia do batizado do Mateus aos quatro meses.


um chamado Irineu  (Juninho) que era, um ano mais velho que o meu Lucas e os gêmeos de seis meses: Thiago e Diogo. Depois do velório, Rangelzinho me levou na casa da Ana para conhecer as crianças. Assim que pude, voltei lá e passei uma semana com a Ana para conhece-los melhor. A  Ana ainda tinha um filho mais velho de 17 anos chamado Ronald, que vivia com eles. Os gêmeos eram iguaizinhos ao meu pai. Mano Rangelzinho também me levou para conhecer as minhas outras duas irmãs: Amália e a Sandra.



Juninho de pé e os gêmeos: Thiago e Diogo no meu colo.

Aos 23 anos você não viu nada ainda da vida, eu precisava sair, ver gente.



- A ultima festa junina de que me lembro de ter ido, era uma, em que o Lucas ainda era um bebê e nos tínhamos agasalhado pouco ele. Percebemos que ele começou a roxear, porque a blusinha, era só de nylon, sem forração, tadinho.


                                                                 Lucas com um aninho.
 

- Eu tinha feito algumas amizades ali na rua de casa, por conta de rezarmos terço juntos, nas casas. Quando foram pedir para rezar lá em casa, Vicente e eu dissemos que não sabíamos rezar, eu estava grávida do Mateus e era mês de maio, mês de Nossa Senhora. Pedi então que a novena começasse na minha casa, porque podia ser que eu não conseguisse ir até o fim, mas consegui, porque ele nasceu um dia depois do previsto, de parto normal também. Resolvi então que já que o Vicente não me levava nas festas juninas, eu ia traze-la até mim. Foi quando saí comunicando que ia haver uma festa junina na nossa rua e convidando a todos os moradores da rua a participar. As ruas próximas já costumavam fazer esse tipo de festa, mas na nossa rua, nunca tinham feito.  A festa foi um sucesso. Todos se envolveram quiseram ajudar, uns fizeram bandeirinhas, outros a fogueira e todo mundo trouxe coisas para comer. Eu me senti realizada, a muito tempo, não me sentia bem assim. Descobri em mim, um talento novo. Eu tinha ido até a prefeitura e pedi permissão para fechar a rua e desviar o transito, consegui, dançamos até quadrilha, foi muito divertido.
- No dia das mães ganhei do Vicente uma aliança de rubis lindona, mas o que eu queria mesmo, era sair, ver gente, estava saturada de ficar só  em casa, aquilo estava me matando. Então eu lhe disse, o que adianta ter uma joia dessa, se não vou pra lugar nenhum?


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Eu não sabia, mas estava com depressão pós parto, apesar de tudo eu amava ser a mamãe deles.

- Já na gravidez eu comecei a me sentir descontente com a minha vida e pensar em separação. Eu fiz 23 anos e estava achando minha vida  muita chata. O Vicente havia encomendado um bolo de aniversário para mim, mas não convidou ninguém pra comer comigo, me senti horrível, sem nenhum amigo para me abraçar e para comer aquele bolo delicioso comigo. Ele já tinha sido promovido a algum tempo e como parte do salário, escolheu que pagassem seus estudos, então ia direto do serviço pra escola, chegava em casa só lá pelas 23:30. Senti muita solidão e carência na gravidez do Mateus. Tive um sangramento aos seis meses, tive que fazer repouso, fiquei apavorada, não queria perde-lo. Quando ele estava pra nascer, combinei com a Geneci de vir ficar comigo, não deu muito certo, aí veio a Maria. Eu só queria alguém para fazer o serviço pesado, eu mesma queria cuidar de tudo. Depois que se passaram os dias de dieta, me dediquei as caminhadas e aos exercícios para voltar logo o corpinho de antes, ao me ver no espelho, me achei horrível, me sentia flácida. O Vicente dizia que se eu engordasse ele me deixaria. Não bastasse a ``Ditadura da beleza`` naquela época, eu tinha a ``Ditadura`` da minha casa também. 

-Eu ficava muito sozinha, sem amigos, sem ninguém, meus dias eram só cuidar da casa e das crianças, as voltas com fraldas e mamadeiras. Minha mãe me ajudava saindo como Mateus no carrinho de manhã para dar uma volta, mas logo foram me dizer que, ela não andava na calçada e que era muito perigoso, além de que, ele já não ficava mais quietinho, podia cair. Nós não tínhamos assunto para conversar, ela ainda não falava direito. Fazia muito tempo em que eu não ia a lugar algum, nosso único passeio era na casa da sogra, depois do almoço, o Vicente acabava adormecendo no sofá e eu ficava ali com saco cheio daquilo tudo. Ele era um diamante em estado bruto.


Com Lucas aos dois anos e Mateus aos dois meses.

domingo, 27 de setembro de 2015

Todos os nossos dois filhos foram planejados.



-Eu era boa de pegar gravidez, logo de cara fiquei também do segundo filho, a barriga ficou menor no final, só engordei nove quilos, eu fui uma grávida muito ativa,  até o dia dele nascer eu andei de bicicleta. O parto foi no mesmo hospital do primeiro, mas a médica foi a Dra Valéria, também não gostei dela. Ela  dizia que eu estava fazendo força errada e não me dava orientação de como fazer corretamente. Uma semana depois que o Lucas fez dois anos o Mateus nasceu.


sábado, 26 de setembro de 2015

Morando agora ali, pertinho dos avôs, meu sogro passava todas as manhãs de Domingo para vê-lo e trazia balas para
 ele, que logo aprendeu a falar, assim que via o vô: tem bala?
-Aqui na foto ele está com o pai, mas, quem ia para todo lugar com ele, na cadeirinha da bicicleta, era eu.

Eu curti cada momento do desenvolvimento dele.



-Eu nunca antes havia organizado uma festa, mas preparei tudo com muito carinho, só que não servi os convidados, deixei tudo em cima da mesa e falei que se servissem à vontade, mas as pessoas não se serviam, conclusão sobrou muita coisa.

- Meu sogro tinha uma casa perto da casa dele, no Jardim Satélite na Rua Itabuna esquina com Itapetinga, que ele alugava e que agora estava desocupada. Pedimos para morar lá, ele deixou, tinha três quartos, um ia ser da minha mãe, um nosso e o outro das crianças. Sim, nós começamos a planejar ter outro filho logo. Eu não queria que o Lucas crescesse sozinho, como eu.


 




- Nestas fotos, ele está no colo da tia Maria Antônia e no colo do avô, o senhor João Cândido Lopes Neto - conhecido como Ico. As pessoas que mais demonstravam seu amor por ele.

A primeira festa de aniversário que eu preparei.




- O Lucas andou com 10 meses, falou logo e foi sempre muito esperto e carinhoso. Sempre foi muito estimulado por nós e as pessoas que o amavam.
-Este era um período em que era preciso pesquisar os preços dos supermercados antes de ir comprar. Por que a diferença era muito grande, então, uma das meninas da Dona Alzira, sempre ficava lá em casa com a minha mãe, para que eu pudesse fazer  as pesquisas. 

-Naquela época o grande sucesso era do grupo musical, A turma do Balão Mágico, formado  por 4 crianças: Jairzinho, Simoni, Tob e Mike. Escolhemos como tema do aniversário de um aninho: O Balão Mágico. 



Aqui ele esta com 10 meses, começando a andar sozinho.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Eu sofri muito enquanto amamentava.



- Por algumas vezes, perdemos o contato por morarmos longe, ficar sem telefone, por motivo de trabalho, mas nossa amizade nunca sofreu nenhum abalo.
- Tive um abcesso no seio esquerdo enquanto amamentava, fazendo com que o meu seio ficasse muito inchado, inflamado. Tinha medo de ir ao médico, demorei pra ir, mas não suportando mais a dor tive que ir. O médico cortou com um bisturi o local e foi colocado um dreno para vazar todo o pus. Aí que alívio! O que faz doer é o pus lá dentro. Depois que sarou, não ficou nem sinal, mas como sofri, estava vermelho, arroxeado e latejava. Amamentei só três meses, não quis mais, por causa de todo sofrimento que passei. O importante é que o meu leite não fez falta pra ele, gostava de comer de tudo e se desenvolveu bem.


- Vicente e Lucas na praia de Caraguatatuba .

Amigos de longa data.



- Aquelas dores no braço, era stress pós parto, estava com problema de nervos, tensão faz isso com a gente, tive queda de cabelo, logo após o parto, como qualquer mamãe tem. São tantas as preocupações que temos que ter, de uma hora para a outra. Horário para tudo, dar de mamar, dar papinha, tomar sol, dar banho, ninar para fazer dormir, noites sem dormir por causa das cólicas, bebê enjoadinho, com febre e diarreia, porque esta para nascer os dentes e por isso não te deixa fazer nada e você com tudo para fazer. Voltei no Doutor Fernando Scalhi, passei a tomar um remedinho por algum tempo, depois melhorei.
- Nesta casa simples, meio lote, num lugar nem tão bonito, com móveis usados, apenas dois amigos
 costumavam nos visitar. Marques 




e Toninha (que conheci na praia aos 16 anos), que agora tinham dois filhos: Flávio e Saulo e Salete que conheci na época que fazia jazz no Sesc aos 17 anos, que agora estava casada com Messias, namorado da época e tinha um filho chamado  Ricardo. Ele tinha nascido uns dias antes do Lucas.  Estes são os amigos com quem pude contar a vida toda em todas as situações em que nos mantivemos em contato.




- Quando o Lucas estava com cinco para seis meses fomos para Caraguatatuba e depois para Cosmorama. E quando ele fez nove meses, minha sogra enfartou e o primeiro filho dos meus cunhados: Donizete e Vânia, nasceu, colocaram o nome dele de Rafael.